O Desenvolvimento do Trabalho em Equipe
Ninguém de bom senso pode refutar a importância de um trabalho de equipe. Isto é ponto pacÃfico. O ponto controvertido é quanto à extensão e profundidade dos resultados que poucas vezes são alcançados.
Evidentemente, resultados positivos serão alcançados. Mas quão menos do que poderiam ser?
O fato é que eficácia no sentido organizacional depende criticamente de um trabalho de equipe e da participação de todos.
Sabemos, hoje, que não basta pregar, exortar, premiar, suplicar ou ordenar a cooperação e a união de esforços.
Se assim fosse, há muito tempo a maioria dos programas de treinamento seriam mais sucesso que fracasso com seus resultados passÃveis de serem avaliados.
É indispensável integrar desenvolvimento técnico e desenvolvimento comportamental, sem o que os resultados previstos podem apenas parcialmente ser alcançados.
No entanto, o que confunde a maior parte das organizações é como conseguir envolvimento genuÃno e auto sustentado em todos os nÃveis da pirâmide organizacional.
Quando pensamos em formação e desenvolvimento de competências relativas à gestão e liderança, deve-se inserir à aprendizagem comportamental os instrumentos cientÃficos de atuação em equipe, insuficientes ou ausentes em várias abordagens e que são crÃticos para o sucesso de qualquer Processo de Desenvolvimento Organizacional.
Nunca se falou tanto de Trabalho em Equipe, não só nas organizações como em várias outras situações ou atividades que exigem o trabalho e esforço de um grupo de pessoas no sentido de alcançar objetivos comuns.
O maior exemplo disto pode ser encontrado em várias práticas desportivas cujos resultados dependem basicamente do conjunto das pessoas.
A premissa de que o trabalho em equipe será eficaz quando pessoas talentosas estiverem trabalhando juntas no mesmo grupo não é mais verdadeira, nem mesmo quando metas e objetivos estiverem claros.
Esforços e talentos individuais não bastam para que um grupo de pessoas se transforme numa equipe verdadeiramente eficaz.
Devemos reconhecer que talento, capacidade, competência e outras várias qualidades individuais são importantes e indispensáveis para o sucesso de qualquer organização, entretanto, não são os únicos requisitos para o sucesso do trabalho em equipe.
A participação e o envolvimento das pessoas são fundamentais para o desenvolvimento de um trabalho em equipe eficaz, assim como a maneira como ocorre esta participação é que determinará o sucesso ou fracasso das tentativas de atuação em equipe.
Várias foram e ainda são as abordagens que estimulam o envolvimento e a participação e que continuam a fracassar na obtenção dos resultados.
O grande equÃvoco é que de um lado empregam métodos persuasivos ou manipulativos. De outro, utilizam um sistema de recompensas, reprimendas ou até anulam de forma convencional o exercÃcio da autoridade.
O problema é que nenhuma destas abordagens procura aumentar o envolvimento e a participação fornecendo aos membros da equipe as habilidades comportamentais eficazes para que o comprometimento ocorra de forma madura e responsável. O grande equÃvoco é que estas abordagens não mostram o que, e especialmente, o como fazer.
O que no inÃcio parecia modismo de administração tornou-se a chave para o sucesso de muitas organizações. A maior participação é o fator significativo que faz a diferença.
Porém, uma coisa é saber que trabalho em equipe é de primordial importância e outra, bem diferente, é criar as condições para que este trabalho aconteça de fato.
Assim como as pessoas possuem o seu perfil de atuação (estilos de liderança), as organizações se caracterizam pelas suas Práticas de Atuação, sua Cultura Organizacional ou mais apropriadamente, seu Modelo de Gestão.
Todos os indivÃduos possuem suas atitudes, crenças e opiniões. Ao examinarmos estas manifestações dentro das diferentes equipes, podemos identificar parte da sua cultura ou modelo de atuação das equipes e por conseqüência, da própria organização.
A cultura se percebe não somente pela influência das atitudes e comportamentos de seus membros, como também pelas práticas e tradições nas resoluções de problemas, pelo processo de comunicação presente, pela forma como as divergências e conflitos são tratados, enfim, pelas práticas de atuação presentes nos processos, procedimentos e atitudes.
Estas situações, ao longo do tempo, se transformam em regra de atuação, cristalizando o modelo predominante na organização.
Algumas vezes se observam equipes que ultrapassam as limitações e barreiras obtendo resultados que superam as demais equipes e as normas da própria organização. Este deve ser o grande desafio do desenvolvimento da equipe.
De maneira geral, o problema esta na liderança ou no próprio modelo de gestão predominante na organização.
Uma das grandes dificuldades para os lÃderes é assegurar o trabalho em equipe eficaz.
Usa-se o poder e o autoritarismo para conseguir a obediência, a recompensa para moderar a resistência e a negociação para obter posições próximas do ideal. Porém só se consegue o compromisso e o envolvimento quando todos participam da formação da visão ideal de futuro, que deve definir as melhores práticas de atuação.
A participação no estabelecimento dos objetivos dá aos membros da equipe um sentimento de propriedade em relação ao resultado.
Os problemas podem estar em qualquer lugar ou em qualquer situação, isto não importa. O que importa é identificá-los e substituir as posturas e práticas incorretas por outras que possam aumentar os padrões de desempenho.
A falta de uma visão única e de objetivos compartilhados aumenta a insatisfação dos membros da equipe, assim como reduz a vontade de realizar as mudanças que se fazem necessárias.
O trabalho em equipe não pode ser realizado por um indivÃduo sozinho, ou por um grupo de azes ou estrelas. Dentro de um grupo de pessoas, cada um contribui com um conjunto total de conhecimentos e informações, que podem ser válidos ou não.
O que importa e a forma como essas contribuições são manifestas e de que forma são utilizadas. Em muitos casos os membros da equipe podem se neutralizar uns aos outros, gerando ineficiência, inércia e apatia. O todo pode se tornar menor que a soma das partes.
Em outras situações essas contribuições podem ser parcialmente aproveitadas. Entretanto pode haver outra situação aonde o resultado vai além da contribuição de cada membro ou da simples soma de todas as contribuições individuais. Isto é o que se pode chamar de sinergia. O todo é maior que a soma das partes. O resultado da equipe excede a soma das contribuições individuais, o que representa a excelência no trabalho de equipe, ou seja, o Padrão de Excelência Organizacional.
O alcance da excelência implica em trabalhar em conjunto para atingir um objetivo comum e conseguir alcançá-lo. Saber escutar, para correlacionar informações, identificando áreas de concordância e discordância, visando à confrontação de forma franca e aberta, com o propósito de encontrar a melhor solução. O trabalho em equipe sinérgico é o trabalho inteligente, oferecendo a certeza de intensificar a eficiência dos recursos, estabelecendo relações de confiança e buscando com isso a eficácia operacional.
A sinergia esta ao alcance de qualquer equipe, em qualquer organização. Ela pode tornar-se o padrão de realização para a equipe. Isto pode ser obtido com o desenvolvimento da equipe e de seus membros, através de esforços dirigidos e sistematizados.
De forma inadequada, se supõe que trabalho em equipe deva envolver todas as pessoas durante o tempo todo. De outra forma, se pensa também que a atuação isolada não caracteriza o trabalho de equipe.
Estas crenças não são verdadeiras, já que dependendo do trabalho, todas elas podem ser partes importantes de um trabalho em equipe eficaz, dependendo da situação ou de cada problema a ser resolvido.
O aumento da participação é a chave para resolver os diversos problemas de produtividade, qualidade, criatividade, satisfação e comprometimento.
Isto ratifica a importância de se deixar que as pessoas percebam o que devem fazer para aumentar a sua participação, gerando aumento da responsabilidade e compromisso para com a mudança. Entretanto a grande dificuldade e que muitas organizações pregam e incentivam a participação, até mesmo desejam que ela aconteça, porém não criam as condições para que esse processo seja facilitado e ocorra de forma competente.
A grande questão a ser respondida é: ?Que barreiras devem ser removidas para se conseguir o grau de participação e comprometimento desejados??.
A equipe deve ser auxiliada a construir objetivos comuns para a mudança. Somente desta forma e que poderá haver compromisso pela divisão das responsabilidades e um senso comum para o processo de mudança e desenvolvimento organizacional.
O sucesso do Trabalho em Equipe não esta simplesmente no que ela alcança, no alcance das Metas, Objetivos e Indicadores, mas especialmente e fundamentalmente, esta na FORMA como isto ocorre, ou seja, nas suas PRÃTICAS DE ATUAÇÃO.Â
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< voltarTradições e procedimentos válidos no passado persistem, condicionando o pensamento e a atuação presente. As ações decorrem mais de projeções cautelosas e confortáveis, do que de prospecções desafiantes. No mundo dos negócios, o sucesso pode ser a véspera do fracasso se não se souber lidar com as mudanças. Se a cultura da organização é hostil à mudança, ou se sente ameaçada por ela, ou simplesmente lhe é indiferente, sem dúvida os esforços de mudança serão frustrados, mesmo que seus objetivos sejam realmente a busca da eficácia.
Como fazer com que todas essas necessidades sejam solucionadas e seus resultados se interajam é o grande desafio das organizações. A solução para este quadro que assola as organiizações começa por sensibilizar os nÃveis executivos, gerencais e de liderança sobre as evoluções mercadológicas acontecidas nos dez últimos anos, assim como compreender o perfil do cliente do século 21. Como as organizações têm procurado se interagir na busca das competências essenciais e individuais necessárias para a conquista de uma liderança sustentável.